Os hospitais caminham para a especialização no diagnóstico e tratamento de doenças de alta complexidade, investindo maciçamente em novas tecnologias. No futuro, sem perder de vista o papel de prestar assistência de forma diferenciada e oferecer serviços especiais, as instituições hospitalares estarão mais preparadas para cuidar do paciente de maneira holística. O hospital do futuro deverá dispor de recursos humanos e tecnológicos para cuidar das pessoas nas dimensões biológica, psíquica e social.
Com o avanço da Medicina, os hospitais disponibilizarão terapias cada vez mais eficazes para problemas complexos. A evolução dos estudos científicos com células-tronco, o Projeto Genoma e uma série de pesquisas revelam o cuidado com a dimensão biológica do ser humano, mas, no futuro, pesquisadores e profissionais de saúde terão de pensar na assistência psicossocial de forma integrada. Por reconhecer a importância do suporte psicológico e social para os portadores de doenças crônico-degenerativas, a exemplo da leucemia, o coordenador do Centro de Transplante de Medula Óssea da Bahia (CTMO-BA), Dr. Ronald Pallota, orienta os pacientes submetidos a transplantes de medula óssea a se integrarem em atividades artísticas e de lazer.
Em 2157, é provável que as instituições hospitalares tenham complexas equipes multidisciplinares, trabalhando de forma permanente para promover ininterruptamente ações para cura do paciente. A utilização grandiosa de tecnologia vai minimizar o trabalho mecânico e burocrático, para que os médicos, pára-médicos e terapeutas diversos estejam totalmente voltados para a assistência direta ao paciente. “Antevejo que deverá surgir a figura do gerente terapêutico do paciente, um médico ou paramédico, cujo papel será de orientar o trabalho da equipe para o diagnóstico e tratamento”, opina o superintendente do Hospital Português, Dr. Vicente Araújo. Os hospitais, sobretudo o Hospital Português, ampliarão as atividades comunitárias, de ensino e pesquisa.
Hoje, nos mais modernos hospitais do mundo desenvolvido, a gestão hospitalar é totalmente informatizada e a tecnologia está presente em todas as etapas de atendimento ao paciente. A implantação do sistema de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) vai permitir que em menos de dois anos todos os pacientes do Hospital Português utilizem pulseiras com códigos de barras, garantindo que médicos e enfermeiros tenham acesso imediato a informações para o diagnóstico e tratamento.
A tecnologia tem avançado tão rapidamente, que é impossível prever as mudanças
que virão daqui a 150 anos. O uso mais intensivo da tecnologia vai modificar o papel da equipe de enfermagem, que deixará de realizar tarefas mecânicas para cuidar do paciente de forma mais integrada, oferecendo apoio afetivo e psicológico, opina a enfermeira Cleide Cruz.
A expectativa é que o hospital do futuro alie a tecnologia e as terapias alternativas, priorizando a humanização. O ambiente, as atividades psicossociais, a fusão da Medicina Oriental e Ocidental contribuirão para o processo de cura e a melhoria da qualidade de vida do paciente.
Atividades artísticas incorporadas ao tratamento
Tatiana Almeida Amorim fez transplante de medula óssea em outubro de 2004, no Hospital Português. Do longo período em que ficou internada, ela lembra com carinho das apresentações do “O hospital do futuro terá muitos jardins, será um espaço bonito e agradável, totalmente humanizado”.
Para Tatiana, daqui a 150 anos os hospitais devem integrar atividades artísticas à rotina dos longos tratamentos. Ela acredita, ainda, que haverá maior harmonia entre a Medicina Oriental e a Ocidental e técnicas como acupuntura, massagem, homeopatia serão utilizadas como suporte aos tratamentos tradicionais.
Elian Chaves, que fez o primeiro transplante de medula óssea em junho de 2004 e o segundo em maio de 2005, no Hospital Português, acredita que os profissionais de saúde estarão muito mais voltados para o atendimento ao paciente. Para ele, a evolução tecnológica vai aumentar a produtividade dos profissionais, que terão mais tempo para dar atenção ao paciente. coral de funcionários do hospital. “Eu me arrumava para assistir aos concertos. Para mim, que estava tanto tempo ali, era um acontecimento muito importante”.